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Sem crônicas – Trigésima Nona

2 min readJun 21, 2025

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Trigésima nona: Seja bem-vinda!

Veja só, é só o seu primeiro dia ainda.

Quanta coisa já viveu?!

Chorou. Deprimiu. Achou que morreu. Maldisse aquele que esqueceu. Deixou pra lá. Se arrependeu. Cantou. Sorriu. Se emocionou. Chorou de novo. Cantou pro povo. Cantou sozinha no chuveiro. Ficou rouca. Lavou a louça, arrumou a casa, reorganizou o guarda-roupa. Encaixotou tudo, preparando até a próxima volta ao redor do sol.

Trigésima nona, tome vergonha. Cuide bem de você. Faça seus exames. Opere a vesícula antes que dê pancreatite. Beba mais água. Não ligue para essa gentalha que insiste em viver a vida monetária.

Aprenda a tocar piano. Não tenha medo de mudar de plano, você nunca teve, não há de ser agora.

Não se afobe. Mas não espere.

Não venere quem não mereça. Não esmoreça perante atitudes insanas. Não faça campanha daquilo que não cumpre ou acredita. Permaneça e mantenha viva algumas das outras partes esquecidas.

Não esqueça, vou falar de novo: se trate com carinho.

Não dê ouvidos a quaisquer redemoinhos. Nem a pequenos passarinhos.

Cante. Dance. Faça mais música, com notas, palavras e atitudes. Leia as partituras nas. entrelinhas dos olhos e escute a letra de alguns corações.

Se mova.

Não se comova nem aceite menos do que o necessário.

Não esconda nos armários os bons jogos de tabuleiro, os desejos, os medos, os sonhos sendo realizados.

Enfrente os males de queixo justo ao horizonte. Não afronte os inseguros, os impuros, os em cima de muro. Denuncie absurdo, mas reserve-se dos conflitos.

Seja sua melhor amiga.

Trigésima nona, Seja bem-vinda.

Se trate com carinho.

Ore pelo vizinho.

Chegue como o amor: de mansinho.

Espere a quadragésima nota, toda prosa, com a honraria e o prestígio que tem direito. Trabalhe seus defeitos, os preceitos, os preconceitos.

Não tenha pressa. Entenda apenas que nem tudo precisa ser redondo, ou quadrado, para ser refinado. Não sinta inveja de não ser década completa.

Ah, trigésima nona, não sinta vergonha! Acolhe, respeita e perdoa, vai, os rachados e as asneiras de muitas das trinta e oito partes. Compreenda que cada uma existe para compor o quebra-cabeça completo. Sem vazios. Sem deméritos.

Não entre em crise. Não se castigue. Não se culpe. Não julgue os outros trinta e oito pedaços. Sua existência não desgasta tanto assim o universo em seus zilhões de anos-luz, carregam uma cruz sem grande significado.

Mas tente ser o melhor pedaço que pode. Para que esse mote, no fim, seja a formação de

um belo poema, ode à uma vida, não nobre, mas uma vida de quem morre inteira.

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Izabella Cristo
Izabella Cristo

Written by Izabella Cristo

Me Escondo Aqui. Escritora de prosa e poeta✒️ Cirurgiã🔪Mãe👻 Prêmio Caminhos com o romance mãezinha @sementinhahq @izabellacristoautora www.izabellacristo.com

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