Materna Idade – Pódio
Sei que fiz uma mesa sobre meninas e mães ontem, e olha que mãe desnaturada essa que passa o Dia dos Pais longe.
Mas se posso estar aqui sendo e vivendo uma parte boa de mim, é porque tem alguém cuidando de uma parte boa de mim acolá, porque meu filho tem um Pai.
Um Pai que eu mesma não tive, um homem que me mostrou que nem sempre a masculinidade é tóxica, que existem homens bons e de honra, aqueles que dividem, partilham e cuidam.
Feliz Dia daquele que é ouro em ser medalha de prata da maternidade, o que ocupa sempre o segundo degrau do pódio (nem sempre), que fica na sombra, na penumbra, no escuro, em cima do muro, na contingência, na reserva, no estepe, na beira, no acostamento, na órbita, no vulto, na borda, na margem.
Aquele que não é o centro, não é o núcleo da atenção sempre, mas que, quando vem à tona, emerge, ascende, cerca, detona, completa, ajusta, acerta e equilibra os pólos. Que, quando quer e pode, nos mostra que todo núcleo, quando cercado de seus ajustados elétrons e prótons, forma um bom átomo, que pode formar uma boa molécula em conjunto e que a vida é bem melhor quando todas as partículas estão unidas e formam uma boa matéria.
Não deixemos, nós mulheres de valor de valorizar os bons homens. Não porque eles merecem celebração maior, ostentação ou reverência. Todos os bons seres humanos merecem. Mas reconheçamos seu valor porque todos os homens deveriam ser como eles.
Nós todes merecemos.
Feliz Dia dos Pais (só os com P maiúsculo)!
