BASEADO NO LIVRO GASOLINA E @FÓSFORo DE JESSICA BALBINO
Poesia – 50 tons de gasolina
Há mulheres
E Mulheres
Alqueires que se perdem
Plásticas
Apáticas
Bebidas
Mas todas,
Todes movidas à gasolina da vida
Mulheres cabeça
Mulheres cadeia
Mulheres teia
Mulheres plásticas
Ah, as elásticas!
Gasolinas
Comum
Aditivada
Puritana
Contaminada
Gasolina cara,
do fundo dos postos dos Poços de Caldas tristes
Mulheres que existem
Na imensidão de seus corpos-coração
Triste mesmo
é
Só pensar que só quem enxerga essas mulheres são as mulheres
Mulheres veias
Mulheres velhas
Mulheres vesgas
e aqueles homens que por algum motivo perderam um Y
Os Outros mesmo
só Julgam
Erguem muros
Contestam
Atestam o nada
Constroem lendas
Costuram abusos
E teçam teias às avessas
Isso porque
Somos libertárias
Quando uma mulher incendeia
Um campo minado se abre
Nem sempre
Outra hasteia a bandeira
Ah mulheres,…
Todas
tolas
Bobas
Algumas insossas de si
Mas todas
Todas,
Tude
Enquanto não aprenderes, muié
Que teu fogo
É Poder
e consolo
É Frio
e Dolo
Carícia
e Afago
Chama
e Pavio
Teu gás nunca será propriamente teu
Serás sempre dos outros
Dos tolos
Dos homens
Das velas
Do céu
Sobre o véu da sua existência
A carência do teu tudo
Ah mulher,
Fogo tanso do Universo
Domina teu Thanos
Teu eu, teus anos
Próprios
Faz brilhar
Faz parar o brincar de encanto
Faz da vida
Teu próprio plano
Faz da vida
Tua companhia
E Viva